Os Enamorados

 

Uma reflexão a respeito do amor através de uma das lâminas do Tarot mais significativas para quem namora.

Qualquer relacionamento, quer esteja começando, ou já estabelecido, é um caldeirão de emoções que se misturam e se transformam o tempo todo: desejo, encantamento, aproximação, intensidade, conflito, dúvidas e a grande aventura que é tentar unir pólos opostos – masculino e feminino, homem e mulher. Pois este é o domínio do Arcano VI do Tarot: Os Enamorados - The Lovers.

Todos os mitos da criação contam que a energia primordial, para poder se manifestar concretamente, precisou se polarizar, gerando uma força masculina e uma feminina, que depois deram origem ao resto da humanidade. Portanto, como filhos dessa partição original, passamos a vida buscando nosso complemento. Nosso desejo mais profundo é sempre em direção a transcender o mundo de dualidades em que vivemos, para encontrarmos, enfim, a unidade. Nesse contexto, os relacionamentos amorosos acabam sendo o palco principal onde essa busca costuma se desenrolar.

Quando nos apaixonamos, queremos nos fundir completamente, como se o parceiro fosse aquele capaz de nos fazer sentir inteiros. Só que passada a lua de mel inicial, começam as frustrações, os medos, os conflitos, as cobranças. Descobrimos que sem esforço, paciência e concessões, o “felizes para sempre” só existe mesmo nos contos de fadas. Alguns acabam se acomodando e vão levando como podem, outros vão pulando de uma relação a outra e passam a vida procurando sua “alma gêmea”.

Porém, entre estes dois extremos, existe um caminho do meio que pode ser, além de prazeroso e feliz, extremamente enriquecedor. E esse caminho começa a ser percorrido no momento em que percebemos que a completude que buscamos só pode ser encontrada dentro de nós mesmos.

A carta dos Enamorados fala de união e de uma escolha que precisa ser feita. Num nível mais profundo, podemos dizer que a verdadeira união acontece internamente, quando escolhemos reconhecer e integrar nossas próprias naturezas feminina e masculina. A partir daí, assumimos um importante compromisso com nós mesmos, que é o de cuidar do nosso casamento interno, através da integração dos nossos opostos, das nossas qualidades e conflitos e da aceitação de nossa verdadeira natureza, com todas as suas qualidades e limitações.

Neste momento, quando passamos a nos reconhecer como seres individuais, também somos capazes de perceber o outro como um ser completo. Tomamos consciência de que o parceiro não é uma projeção do que nos falta, mas da nossa totalidade. Então, em vez de nos frustrarmos toda vez que acharmos que o outro não está suprindo nossas expectativas, temos a chance de olharmos para dentro de nós mesmos e perceber o que precisa ser aprendido e transformado.

Ao nos abrirmos para o amor, por nós mesmos e pelo outro, nos deparamos com um mundo de possibilidades, prazer, felicidade, satisfação e aprendizados. E podemos então seguir adiante, não mais como metades que buscam se completar, mas como dois seres inteiros, que decidem compartilhar suas vidas e evoluir juntos, transformando a relação amorosa numa maravilhosa e inesquecível experiência.

[Flavia Penedo]

Amar é respeitar o espaço de cada um...


Há dentro de todos nós essa necessidade de ter em algum lugar nosso jardim secreto, não onde vamos confinar nossos segredos, mas onde podemos ter um encontro real e exclusivo conosco.
Umas pessoas sentem mais essa necessidade que outras, mas estar consigo de vez em quando, interiorizar-se, colocar ordem nos pensamentos ou simplesmente abandonar-se, é vital ao equilíbrio de todos nós.
Em todo relacionamento onde o amor existe, esse espaço deve ser conservado como o limite de cada um. Os relacionamentos fusionais que ultrapassam essas barreiras acabam por destruir-se, pois amar é também respeitar que a outra pessoa tenha seu recanto, seus pensamentos, seus próprios amigos, suas próprias ideias e sonhos.
As pessoas não precisam estar juntas 100% do tempo para provarem que se amam. Elas se amam porque se amam e pronto. Dar ao outro um pouco de espaço, um pouco de ar para respirar, é dar-lhe também a oportunidade de sentir falta de estar junto, de sentir a importância do outro na sua vida. E isso vale tanto para os amores como para as amizades.
As cobranças intermináveis, resultados de carências afetivas, acabam por sufocar a outra parte e cria na que pede, espera, implora, ansiedades que a tornarão infeliz, pois ela verá como desamor qualquer gesto que não corresponda ao que espera.
Amar é deixar o outro livre para ficar ou para se retirar. É respeitar seu silêncio e seu desejo de solidão. E é deixá-lo livre para ir e voltar quando o coração pedir, que isso seja numa cidade ou dentro de uma casa.
Nada impede que um grande e lindo jardim seja construído juntos e que de mãos dados se passeie por ele, com o peito cheio de felicidade e a cabeça cheia de sonhos... mas ainda assim, o jardim secreto de cada um deve ser mantido como um lugar único e sagrado e que vai, no fim das contas, enriquecer as relações.
 

[Letícia Thompson]



Salmo 103


Senhor, agradeço-te por fazeres de mim parte da tua obra.

Agradeço-te do fundo do meu coração pela oportunidade de habitar em meio às tuas maravilhas.

Agradeço-te por todas as belezas da natureza:

- Por teres feito os campos, as montanhas e as florestas;
- Pelos lagos, rios, suas cachoeira e o frescor das suas águas;
- Pelos mares, suas praias, suas ondas, seu sal e pela profundidade de suas águas, espelho da tua grandeza;
- Pelos ventos, pela chuva, pelo calor do sol e as tranquilidade das noites;
- Pelo firmamento, pelas estrelas que o enfeitam e nos dão a dimensão do teu amor infinito;
- Pela minha família, pelos meus amigos e por todas as pessoas que me fazem felizes;
- Por todos aqueles que habitam os teus domínios: os animais e as plantas;
- Pelas flores e frutas, os cereais e todos os verdes que nos sustentam;
- Pela oportunidade de estudar, de evoluir, de criar e de contribuir com o meu trabalho para um mundo melhor;
- Pela Paz, a amizade, a paciência, a alegria e a brincadeira;
- Pela risada, pela música, pela paixão e pela lágrima de felicidade derramada pela emoção;
- Por tua bondade, por tua justiça e constante proteção;
- Pelo perdão que nos concedes, pelas oportunidades de crescimento e redenção;
- Pelo teu amor eterno.

Agradeço-te constantemente, Senhor, reconhecendo a tua luz sagrada brilhando sobre os meus melhores sentimentos.
Amém!

[Yara Beduschi Coelho - Para Chegar ao Coração do Senhor - Orações Inspiradas nos Salmos de Davi]

Chama Trina

No coração está o elo mágico existente entre a alma e a divindade. Isto acontece porque a Presença do EU SOU colocou uma chama espiritual no coração de cada um de nós. Os Mestres Ascensos chaman-na CHAMA TRINA, Centelha Divina ou Santa Chama Crística. Ela é Trina porque encarna os três atributos primários do Espírito: Poder (o azul), Sabedoria (o amarelo) e o Amor (o rosa), qualidades essas responsáveis pelo exercício da CONSCIÊNCIA DIVINA que habita em nós. O núcleo de fogo a partir do qual emerge a Chama Trina corresponde ao aspecto de Deus-Mãe e é representado pela cor branca. O uso equilibrado desses atributos é o que vai permitir a nossa ascensão plena... 

Obs.: Ascender significa “se elevar” de alguma forma. Portanto, ascender, significa que as vibrações da alma e do corpo físico que contêm a alma, aumentam, até que ambos sejam capazes de alcançar um plano superior de existência.

A viagem arquetípica nos arcanos do Tarot

A jornada do ser humano na Terra pode ser definida como uma viagem com um objetivo específico: atingir a união com Deus.

Este caminho pode ser percorrido cegamente e de forma inconsciente, ou através do aprofundamento do contato com as suas verdadeiras origens divinas.

O mundo do inconsciente ou dos arquétipos psicológicos, segundo a terminologia do psiquiatra suíço Carl Gustav Jung, traz em si o mistério dessa origem na divindade.

Um dos mais poderosos instrumentos de acesso a esse mundo são as cartas do tarot. De um modo geral, podemos dizer que as 56 cartas dos Arcanos Menores representam o eu exterior ou a personalidade do homem, enquanto as 22 cartas dos Arcanos Maiores simbolizam o reino secreto do eu interior ou individualidade.

Tendo em vista que o principal objetivo desse baralho é facilitar o autoconhecimento, é necessário que olhemos as cartas principalmente sob o aspecto da sua correspondência com funções e princípios psicológicos dentro da psique humana.

Longe de terem sido concebidos artificialmente por artistas que trabalhavam apenas no nível consciente, esses símbolos são habitantes permanentes do inconsciente coletivo. A nossa alma já está familiarizada com o simbolismo arquetípico das cartas e, estimulada por elas, a recordação da natureza dos poderes arquetípicos atingirá mais uma vez a superfície de nossa mente consciente.

O Louco, ou a carta zero, simboliza a fonte espiritual primitiva e o derradeiro destino de todos os poderes e de todos os seres manifestados. Ela representa o Alfa e o Omega da manifestação, o Nada de onde todas as coisas procedem, e ao qual todas elas se reduzem no final dos tempos.

Do ponto misterioso da unidade original e final, simbolizado pela carta zero, ou pelo Louco, procedem três correntes, ou raios, cada um constituído de sete cartas dos Arcanos Maiores, que juntas somam vinte e um. O primeiro deles (de um a sete ou do Mago ao Carro) representa a área de poderes criativos, ou das causas no interior do inconsciente coletivo.

O segundo setenário (de oito a quatorze ou da Força à Temperança) consiste em representações das leis através das quais os poderes primordiais do primeiro setenário são canalizados para a manifestação. O terceiro e último setenário (de quinze a vinte e um ou do Diabo ao Mundo) simboliza os resultados ou as manifestações concretas concluídas dos primeiros sete poderes, quando estes surgem na sua condição concreta ou diferenciada.

As cartas falam diretamente à nossa intuição, às forças inconscientes de nossa alma. O fato mais importante a ser fixado na mente é que não existe nada casual ou acidental no Universo e que os eventos exteriores – não importa quão triviais possam parecer – estão intimamente relacionados com ocorrências no interior da psique do homem. 

Desse modo, a adivinhação através do tarot pode ser definida como um método prático no qual se constrói uma ponte entre o mundo onde ocorrem eventos físicos temporais e o mundo eterno dos arquétipos do inconsciente coletivo.

Se reconhecermos que estamos constantemente moldando o nosso futuro, ao estabelecermos um contato mágico com o nosso inconsciente, podemos vir a conhecer muito sobre o nosso futuro e, o que é mais importante, podemos influenciar nosso futuro e alterá-lo, tornando-nos dessa forma, pelo menos até certo ponto, senhores de nosso destino.

[Elisabeth Cavalcante - STUM]


Meditar e se conhecer


Você se olha quando? Quando "você" se olha?
Já se fez essa pergunta?
A resposta imediata seria, no espelho, numa fotografia. Correta! Você se olha exteriormente. O teu fora.
E por dentro? Você consegue se ver? Suas emoções, sentimentos, suas ações, o que você pensa?
É complicado, e eu sei a resposta, quase nunca.
Pois bem, eu tenho conseguido me "ver" através da meditação. É isso que aprendemos na meditação, a nos ver de verdade, nos conhecer e nos sentir.
Passei a ouvir cada palavra saída de minha boca. Passei a enxergar cada ação minha em frente aos meus olhos. É como se tivesse uma câmera e a imagem em 3D de tudo aquilo que faço e digo.
O mais interessante é um dispositivo que surgiu em alguma parte do meu corpo. Ela tem três sons, uma campainha em três toques, que toca quando estou pra fazer algo "indevido" me dando sinal de perigo. Uma estridente e potente quando fiz algo de muito "errado" e uma suave e contínua quando eu fiz o "certo".
O mais bacana é a possibilidade de eu poder entender que nem tudo aquilo que penso é verdadeiro. Aliás, pensamento nenhum!
O pensamento só se torna verdadeiro quando ele se transforma em ação. Do contrário ele é só mais um barulho em sua mente. E então entra o controle de tudo. Você!
Você pode controlar sua mente, suas palavras, suas ações. E vou um pouco mais longe, os sentimentos.
Existe uma dose de tudo. Embora muitos digam que não. Sentimentos não se controlam , emoções não se controlam. Claro que sim!
Agora porque eu amo alguém que nem sequer pensa em mim, ou finge que eu não sou nada, vou sair descontroladamente atrás dessa pessoa tornando a vida dela um inferno?
Porque eu amo demais vou prender alguém a mim, tirando toda sua liberdade?
Controlamos tudo. Temos esse poder. Um poder divino e libertador.
Podemos amar sem prejudicar, sem prender, sem fazer doer.
Podemos amar sem cobrar, sem esperar, sem querer.
Podemos amar de qualquer lugar, seja daqui ou de lá, sem sufocar.
Mas só conseguimos essa mágica maravilhosa depois de nos conhecermos. E geralmente levamos a vida toda, ou seja, "o tempo que vivemos aqui".
Basta que você queira se conhecer, se olhar de verdade e se amar intensamente.
A gente só consegue amar com total liberdade quando nos amamos realmente.
Então eu te pergunto: Você quer se conhecer? Está disposto(a) a se amar como realmente é? Mudar pelo que você acredita em benefício próprio e não do outro?

Pense nisso.

Meditação é cura! Meditação é amor!

Namastê!!

[Emiliana Vaz  -  www.hierophant.com.br]